Décimo Quarto Capítulo: Com uma viagem na palma da mão - primeira parte
"O génio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio"
Fernando Pessoa
Quem não se lembra da primeira vez que chorou?...como as lágrimas inundaram a nossa cara, enquanto tentávamos calar a dor que nos enchia o coração...Quem não se lembra da primeira vez em que sentiu alegria?...de como o nosso peito parecia explodir em gritos graves e nada sérios...Quem não se lembra do primeiro amor, da primeira paixão, do primeiro beijo?...como as noites ganhavam curvas intermináveis, cobertas pelos retratos do dia-a-dia, e as manhãs resplandeciam os sonhos que esquecemos de sonhar...Quem não se lembra do momento em que escolheu a primeira profissão?...de como íamos à Lua num abrir e fechar de olhos, ou, num compaço de magia, transformavamo-nos em bailarinos ou prendíamos ladrões com pistolas de faz de conta...Quem não se lembra?
Podemos olhar para os sítios onde as memórias estão presas e tatuar no tempo as pessoas que partilharam connosco os segredos da alegria desses dias. Podemos esconder por detrás de pequenos sorrisos tímidos os momentos feitos de bilros e de devaneios de Lua Cheia, que os lugares fazem viver no chão da nossa alma. Podemos tapar o nosso olhar com as sombras da distância do agora, enquanto que o nosso ver se refugia num sítio íntimo para o desfolhar habitual das recordações. Podemos dar vida às histórias das marés do ontem, que dançam connosco na volúpia do vôo tangente das palavras... mas, a verdade, é que estas vidas que vivemos já não se vivem...observam-se com distância. O tempo corre atrás do tempo e a distância aumenta. As histórias não se repetem e os espaços da memória aumentam. Os protagonistas das histórias crescem e o espaço em branco deixado nos papeis principais é preenchido.
Onde, outrora, outros caminharam vestidos de preto, percorremos, agora, nós as suas pisadas, enquanto um novo sangue conduz os ritmos dos seus próprios risos. Seguimos os seus passos de ousadia misturados com as silhuetas das sombras das árvores, em mais do que danças e mais do que cantigas, num porvir dito em silêncio ou gritado. Pousamos os nossos dias no desconcerto desconcertante de sóis abertos que perpetuam tradições que se confundem com a eternidade. Cara a cara...cor a cor...luz a luz...pessoa a pessoa...dando uma gradação ao primeiro saborear da vida académica. Não importava se fintavam a imaginação superando o Pudim Danone de anos transactos, ou se procuravam novos versos para aqueles que já existiam, numa pequena sessão da Família Superstar, ou se, ainda, viravam a timidez de pernas para o ar, acordando as vozes orgasmicas que traziam dentro deles, na eleição da Miss e Mister Orgasmo...o que importava era a “vontade de rir” que nascia do “fundo do ser” e que os caminhos secretos que percorremos em conjunto, em que nós guiavamos e vocês conduziam, eram um mundo só nosso. A verdade é que, os eternos enamorados pelas praxes...D. Quixotes das Tradições Académicas...viram-vos trazer o céu às cavalitas, caminharem os caminhos que a vista alcança e carregarem nos olhos a esperança que dorme à lareira. Tudo, porque esta é a normalidade do vosso viver...
Fernando Pessoa
Quem não se lembra da primeira vez que chorou?...como as lágrimas inundaram a nossa cara, enquanto tentávamos calar a dor que nos enchia o coração...Quem não se lembra da primeira vez em que sentiu alegria?...de como o nosso peito parecia explodir em gritos graves e nada sérios...Quem não se lembra do primeiro amor, da primeira paixão, do primeiro beijo?...como as noites ganhavam curvas intermináveis, cobertas pelos retratos do dia-a-dia, e as manhãs resplandeciam os sonhos que esquecemos de sonhar...Quem não se lembra do momento em que escolheu a primeira profissão?...de como íamos à Lua num abrir e fechar de olhos, ou, num compaço de magia, transformavamo-nos em bailarinos ou prendíamos ladrões com pistolas de faz de conta...Quem não se lembra?
Podemos olhar para os sítios onde as memórias estão presas e tatuar no tempo as pessoas que partilharam connosco os segredos da alegria desses dias. Podemos esconder por detrás de pequenos sorrisos tímidos os momentos feitos de bilros e de devaneios de Lua Cheia, que os lugares fazem viver no chão da nossa alma. Podemos tapar o nosso olhar com as sombras da distância do agora, enquanto que o nosso ver se refugia num sítio íntimo para o desfolhar habitual das recordações. Podemos dar vida às histórias das marés do ontem, que dançam connosco na volúpia do vôo tangente das palavras... mas, a verdade, é que estas vidas que vivemos já não se vivem...observam-se com distância. O tempo corre atrás do tempo e a distância aumenta. As histórias não se repetem e os espaços da memória aumentam. Os protagonistas das histórias crescem e o espaço em branco deixado nos papeis principais é preenchido.
Onde, outrora, outros caminharam vestidos de preto, percorremos, agora, nós as suas pisadas, enquanto um novo sangue conduz os ritmos dos seus próprios risos. Seguimos os seus passos de ousadia misturados com as silhuetas das sombras das árvores, em mais do que danças e mais do que cantigas, num porvir dito em silêncio ou gritado. Pousamos os nossos dias no desconcerto desconcertante de sóis abertos que perpetuam tradições que se confundem com a eternidade. Cara a cara...cor a cor...luz a luz...pessoa a pessoa...dando uma gradação ao primeiro saborear da vida académica. Não importava se fintavam a imaginação superando o Pudim Danone de anos transactos, ou se procuravam novos versos para aqueles que já existiam, numa pequena sessão da Família Superstar, ou se, ainda, viravam a timidez de pernas para o ar, acordando as vozes orgasmicas que traziam dentro deles, na eleição da Miss e Mister Orgasmo...o que importava era a “vontade de rir” que nascia do “fundo do ser” e que os caminhos secretos que percorremos em conjunto, em que nós guiavamos e vocês conduziam, eram um mundo só nosso. A verdade é que, os eternos enamorados pelas praxes...D. Quixotes das Tradições Académicas...viram-vos trazer o céu às cavalitas, caminharem os caminhos que a vista alcança e carregarem nos olhos a esperança que dorme à lareira. Tudo, porque esta é a normalidade do vosso viver...
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