Décimo Sétimo Capítulo: Era uma vez um pensamento teu


Não...
Não me deu palavras rasgadas. Não me deu o tempo com pedaços de nada. Não me deu a loucura regiada de medo. Não me deu margens sem destino. Não me deu um contentamento descontente. Não me deu o que a noite esconde e não vê. Não me deu imagens de desamores, sem abraços e cores. Não me deu um lugar repleto de histórias rasas e vazias, que abraçam a noite.

Foi por ele...
Foi por ele que perdi o medo de mostrar um lugar que é só meu. Foi por ele que me perdi para me encontrar. Foi por ele que aprendi que o importante não é chegar e vencer, mas, sim, viver. Foi por ele que comecei a sentir o sopro quente que faz encher o coração. Foi por ele que guardei o tempo que foge nas minhas mãos vazias. Foi por ele que espelhava, na minha face, um dia sorridente. Foi por ele que colei cada pedaço do mundo que se partiu dentro de mim.

Enquanto...
Enquanto sabe bem ter-te por perto. Enquanto o Tempo nos dá tudo a que temos direito. Enquanto se vai atrás dos sentidos. Enquanto os instantes se pintam de sépia e cheiros de preto e branco. Enquanto se constroem os fins de uma história inacabada. Enquanto se limpa o pó dos olhares. Enquanto inventamos novas palavras para escrever a História que se traz tatuada na pele.

E...
E era uma vez um pensamento teu. E sabe bem tudo tão certo. E recolher mil pedaços guardados nessa tua forma fugidia de ser alguém. E, entre perdidos e achados, desenhamos movimentos que percorrem a linha recta. E por sermos dois caminhos paralelos, que caminham lado a lado, te desejo mais versos em branco na vida, novas esperanças para pintar os muros da alma, outro sorriso diário espelhado nos teus dias.


MUITOS PARABÉNS, meu padrinho.

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