Nota de Rodapé: Um resto de tudo

No fim do almoço, enquanto se digeria a única coisa que é comestível na cantina (a sobremesa), o Xico Gomes saciava o seu apetite dizendo o seguinte à Ana:

"Se eu soubesse, teria-te comido o Pudim!"

Comentário: expliquem-me lá qual é o significado de "Pudim", se faz favor!

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Anexo Cinco: Tratado das Paixões da Alma - Terceira Parte

"Nós somos a forma bonita, completa, de se cantar
Nós somos a voz e a palavra que nunca vão acabar
Cantando e amando e vivendo
Com toda a vontade que é possível ter
Nós somos a forma bonita, completa, de se viver

Nós somos o ser extravasado que o nosso sentir nos dá
O mito complexificado em busca do que não há
Cantando e amando e vivendo
Com toda a verdade que é possível ter
Nós somos a forma bonita, completa, de se viver

E eu canto e eu quero o que eu canto
Eu preciso de cantar para encher essa forma
Eu sou o que eu canto
É na voz que eu rebento de mim
Alguém completado na vida
Prolongado na morte que já ninguém tem
A partir do momento em que a forma bonita
Se encheu de uma essência qualquer de ser

Nós somos a dor mais profunda que existe em todo o planeta
Mas somos também a alegria melhor que se inventa
Se alguém perguntar afinal
O que é que nós somos de tão lindo assim
A resposta é tão simples
Basta olhar pra vocês e pra mim

E eu canto e eu quero o que eu canto
Eu preciso de cantar para encher essa forma
Eu sou o que eu canto
É na voz que eu rebento de mim
Alguém completado na vida
Prolongado na morte que já ninguém tem
A partir do momento em que a forma bonita
Se encheu de uma essência qualquer de ser

Se alguém perguntar afinal
O que é que nós somos de tão lindo assim
A resposta é tão simples
Basta olhar pra vocês e pra mim"

Mafalda Veiga
...às vezes, é necessário apropriarmo-nos das palavras dos outros para exprimirmos o que nos vai na alma.

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Anexo Quatro: Tratado das Paixões da Alma – Segunda Parte

"E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"

Florbela Espanca

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Nota de Rodapé: Pão p'rá multidão

Numa simples conversa de bar:

Kenny - A Maria Inês está mais magra desde que começou a comer mais?

Cláudia Leandro - O quê? Mudaste de namorado, Maria Inês?

Comentário do autor do post: palavras para quê?...acho que está tudo dito

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Nota de Rodapé: Espalhem a notícia

Durante um simples e inocente jogo de cartas (nomeadamente, as Copas), o Sol brilhava fortemente sobre as nossas cabeças, as jogadas iam de feição ao autor deste post e os risos e gargalhadas alastravam pelas horas. Até que, a dada altura, é feita a seguinte afirmação:

"Eu gosto mais de paus!"

by Susana

...e nós por cá ficamos contentes pelo facto de tu gostares de paus e de teres orgulho em o assumires.

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Anexo Três: Tratado das Paixões da Alma – Primeira Parte

“Se me obrigassem a dizer porque o amava, sinto que a minha única resposta seria: Porque era ele, porque era eu. “

Michel de Montaigne

Há quem diga que fui o melhor…que muito do que aconteceu foi da minha autoria. Há quem diga que fui uma ponte…que fui um elo de ligação entre Veteranos/Doutores e Caloiros. Há quem me considere a “alma” das praxes…dos momentos de diversão, alegres e bem-dispostos que se criaram. Há quem se refira a mim como o maior…como o que teve a coragem de dar o primeiro passo em muitos momentos. Há quem me considere o seu orgulho…o rapaz da iniciativa. Há quem me diga que fui um elemento essencial…inesquecível. Todavia, discordo de todos esses adjectivos que usam para me qualificar (apesar de os agradecer do fundo do coração).

Quando olho para trás, ou quando me auxilio em fotografias para fazer a minha memória lembrar-se dos pormenores já passados, não vejo o que em cima relatei. Quando olho para trás, vejo um grupo…uma partilha de sorrisos…uma esperança nos olhos dos que me rodeavam…”o riso e a voz refeita à luz do dia”. Quando olho para trás, vejo um grupo de pessoas que decidiu fazer da simplicidade dos dias num prolongar do tempo fechado no seu mistério. Quem não se lembra do “cantochão alentejano” que a Sara Mendes espalhou pelo nosso falar? O seu à-vontade e a sua capacidade de partilhar connosco “lugares e capítulos de uma vida inteira”, expostos nos enquantos dos seus magníficos sorrisos, trouxeram um certo sabor a Alentejo às praxes lisboetas…o seu poder de iniciar os momentos, juntamente com o seu excelente sentido de humor, principiaram-nos com pequenos instantes, pequenos fragmentos do tempo que só as nossas gargalhadas sabem contar com exactidão. Quem não se lembra do “Oriente no olhar” da Cátia Guerreiro? A sua beleza de “rosa de sal”, reflectida numa “doçura implacável” ou num sorriso onde “nada se apaga nem se esquece”, espantou todos os que a rodeavam…a sua força de carácter e o seu poder de iniciativa permitiram-nos registar muitos risos nas nossas tábuas da memória. Quem não se lembra da simplicidade e da amabilidade que caracteriza a Ludmila? Foi a sua forma de denunciar o que pensa, o “que sente a gente certa”, que nos fez vê-la como “a planta que não floriu e tem dentro de si, escondida, a luz das flores”…foi de forma modesta que derrubávamos as falas ditas em silêncio, construindo, com ela, conversas em que “mergulhávamos no anonimato e ocultávamos nele os nossos passos.” Quem não se lembra dos risos e gargalhadas da Cláudia Gentil, que seguravam “o tecto da alegria”? Os seus momentos orgasmicos, ou os seus pequenos passos em direcção à iniciativa, vão estar sempre presentes nos registos da memória de todos…onde quer que houvesse uma brincadeira por realizar, ou um momento vazio no tempo, lá aparecia ela, com a sua “coragem de correr contra a ternura”, e fazia-nos brilhar com os nossos sorrisos. Quem não se lembra do “verso em branco e sem medida” que foi o Hugo Ferreira (Noddy e/ou Justo, para os amigos)? Inicialmente, “fechado no seu mistério”, aos poucos e poucos, foi demonstrando a sua verdadeira maneira de ser…aos poucos e poucos, o ar sério foi caindo por terra, dando lugar aos seus risos, às suas brincadeiras, à sua capacidade única de fazer tocar a buzina do Noddy, a sua boa disposição, o seu à-vontade nas brincadeiras e “o riso e a voz refeita à luz do dia”, que denunciava, claramente, que ele era o melhor de nós. Quem não se lembra da maneira catita com que mergulhámos “no anonimato” da Mara e ocultámos “nele os nossos passos”? Em pequenas passagens “para o breve”, construímos conversas como se “fossem pequenos barcos que navegam” em torno destas ilhas de palavras feitas de tempo…assim, com uma personalidade afável, cuidadosa e, sempre, energética foi um elemento com quem podíamos contar em cada iniciativa que nos esperava…merecendo toda a minha admiração por estar sempre pronta a responder aos apelos de quem a rodeava. Quem não se lembra da “força de viver enraivecida” (unicamente, comparada com a beleza dos seus olhos) da Maria? A sua beleza “de flor de Lua”, os seus olhos de mar e os seus cabelos de Sol trouxeram, às praxes, o esplendor do Ribatejo…“espreitando no fim de um dia cansado” com os seus sorrisos e os seus risos, sabia como nos fazer continuar…a sua forma de entrar, energeticamente, em todas as brincadeiras, o seu entusiasmo (demonstrado nos longos passos dos dias) e o modo orgulhoso com que defendia o nosso grupo de caloiros nos frente-a-frente com os restantes grupos, tornaram-na num membro essencial para os nossos quinze dias incríveis. Quem não se lembra da alegria da Susana, que era como uma “janela debruçada sobre a vida”? Apareceu apenas no segundo dia, mas depressa se tornou no “despertar de um tempo adormecido”, trazendo a frescura do seu aroma aos exíguos passos que demos nesses grandes dias…a sua criatividade, o seu entusiasmo e o carinho com que se dedicava à interacção interpessoal demarcou-a dos restantes, demonstrando, brilhantemente, que até a brincar se pode ter qualidade (sem termos de ser considerados de infantis). Quem não se lembra da forma de como o Paulo falava em silêncio? Depois de derrubarmos “a barreira do eco de antigos sons murmurados”, descobrimos os pequenos apontamentos com que nos presenteou…devagarinho, vimo-lo desabrochar do lugar “onde o silêncio fez ninho” e largar gargalhadas…pequenos risos…entrando, deste modo, nas nossas brincadeiras. Quem não se lembra do “presente imerecido” que foi a Soraia? Ela foi uma “laranja amarga e doce”, com quem partilhei longas conversas nos curtos instantes do tempo, de forma a conseguir lembrar-me que “é por sermos todos iguais que nos esquecemos” de aproveitar a singularidade que cada um tem para oferecer…a humanidade, que lhe foi imposta ao nascer, ganhava vida a cada dia que passava, desenhando, no seu rosto, os sorrisos sinceros, que só ela sabe ter, e partilhando com todos os seus encantos. Quem não se lembra da Cláudia Leandro, que tinha “de mil desejos o esplendor”? O seu estar, inicialmente, tímido foi-se desenvolvendo, dando lugar a uma rapariga desinibida, carinhosa e divertida…dançou, cantou, disse palavras sem sentido e contagiou os que se encontravam à sua volta com uma personalidade incomparável, tudo em nome dos momentos de alegria (uns tímidos, outros mais descontraídos, mas com ela sempre a ser fiel a si mesma). Quem não se lembra da “lua de cristal” e dos “ramos rubros do Outono lento” da Inês? Sempre calada, a observar o que acontecia à sua volta, enquanto se deixava prender pelas pausas dos dias…até ao momento em que foi colocada no centro de uma praxe, que lhe retirou os arames que prendiam a sua “réstia de luz intensa, de voz aberta” para o mundo, e lhe fizeram sobressair a verdadeira essência do seu carácter: o lado divertido da criatividade. Quem não se lembra do entusiasmo contagiante da Selma? Ela trouxe dentro de si “flores de muitos países e solidões sonhadas”, que partilhou energeticamente com todos…com a sua humildade natural, soube cativar, quando tinha de socializar, soube ser divertida, quando tinha de brincar, soube ser criativa, quando chegava a altura de ser praxada, soube ser cativante, quando era abordada pelos demais, soube entusiasmar, quando as desgarradas começavam umas atrás das outras, soube defender, quando o nosso orgulho era posto em causa por canções repetidas até à exaustão, e soube ser ela mesma (com um pequeno toque de magia), quando os dias lhe pediam para o ser. Quem não se lembra do sotaque nortenho que o Hugo Cerqueira trouxe ao nosso dizer? Quando chegou ao nosso grupo (no segundo dia de praxes), claramente se notou que nele “existe a esperança acesa atrás do muro”…depressa se adaptou, depressa se integrou e depressa começou a distribuir brincadeiras, a espantar os demais com as suas passagens para o “breve instante da loucura”, a encantar com a sua personalidade amistosa, a saber cativar os que se encontravam à sua volta, a oferecer momentos feitos de grandes recordações…a demonstrar as razões pelas quais o considero o Caloiro do Ano/Melhor Caloiro. Quem não se lembra do quão ficou maravilhado com o “poema feito de gomos de saudade” que foi a Josie? A sua passagem foi breve, mas marcante…”secreta e pura”, ousada e alegre, caminho que nos leva para sítios e caminho que nos leva para casa, “espuma de muitas águas” e “o corpo enrugado da lenha”, o “pé do lume” e “a impalpável cinza”…tudo nela disse Brasil, tudo nela disse Portugal…numa “sina de quem nasce fraco ou forte, o riso, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste”. Quem não se lembra da Cátia Pinheiro, que era dona de uns olhos de onde brotavam outros mundos? A última contratação de luxo para o nosso plantel é considerada (por mim) como a caloira prodígio, uma vez que conseguiu fugir, na maior parte das vezes, ao flash mortífero da máquina fotográfica da Liliana (as fotografias em que aparece podem-se contar pelos dedos de uma mão) …tal como nos seus olhos “a terra emergia pura do mar”, a sua personalidade e o seu encanto “eram lentas madrugadas” que devagarinho se foram soltando das paredes do mundo…assim, vimos “nascer uma flor” que procurava bons momentos, alegrias para ladrilhar com risos e vivências históricas de muitos instantes, ao mesmo tempo que encantou as pessoas que tiveram contacto com a sua grande alma, boa disposição, energia, criatividade e capacidade de socializar. Quem não se lembra da “topázio ou seta de cravos que propagam o fogo” que foi a Maria João Machado? No início, apresentava uma postura sisuda e fechada, mas, tal como “foge a paisagem na neblina”, a sua verdadeira essência foi-se revelando…nunca recuando no que era, o seu “espírito acendeu (…) um lume” “liberto das amarras da razão” e brincou e sorriu e riu e foi pastora e liderou e criou momentos inesquecíveis e, no fundo, deixou-se perder pelos caminhos das praxes…deixando que o brilho da sua contagiante personalidade tocasse em todos os que se encontravam com ela…fazendo de mim um fan desta pessoa que considero ser um chocolate amargo (os meus favoritos). Quem não se lembra da energia inesgotável da Sara Amaral? Trazendo dentro de si “um astro que flameja”, ela foi quem soube aproveitar melhor os momentos criados com o pretexto de praxar os caloiros…bastava observá-la para percebermos que todos os instantes passavam por ela como se fossem um “vento de bandeiras que” percorria a vida dela, deixando marcas em todos os pontos de paragem…bastava olha-la para ser denunciada a pessoa que era alegre, bem disposta, divertida, dançarina imbatível da “Dança do Pudim Danone” e que não se importava com as figuras que podia estar a fazer, desde que se estivesse a divertir. Quem não se lembra da Suse? Criando um misto de timidez com uma alegria contraída, esta jovem caloira foi-se soltando à medida que atingíamos mais etapas nos dias…sempre disposta a participar nos jogos e/ou brincadeiras que nos eram apresentadas, mostrou ser uma pessoa a quem era fácil aceder, que era divertida, inteligente, simpática, bem-disposta, brincalhona e que nunca ia contra a educação que tinha recebido. Quem não se lembra…?

Por isso, considero um exagero os elogios que me são feitos. Se fui um pouco do que dizem que fui, isso não passou de um mero reflexo de um grupo estupendo que me rodeava. Se alguma vez tive piada, deveu-se ao facto de todos entrarem nas brincadeiras. Se deu muitos primeiros passos, então agradeçam ao conjunto de pessoas que me seguiram, porque foram elas que os reconstituíram e levaram as brincadeiras que nos eram propostas a um nível superior. Se há alguém que deve dar os parabéns, esse sou eu, que tenho de vos congratular pela presença diária, pela energia que incutiram nos dias e por saberem ser sempre fiéis a si mesmos, em todos os passos que deram.


VOCÊS SÃO OS MAIORES!!

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Anexo Dois: O fado dos sentidos

“A gratidão é a memória do coração.”
Antístenes

Pintam reflexos e traços de ausência, quando as letras se casam. Trazem a alma amordaçada em riscos e rabiscos. Todo o branco fica sujo, definindo lugares…ilhas de madrugadas que fugiram de um sítio leve. No entanto, por mais que se toldem as letras, por mais que se fechem as sílabas, por mais que se alcancem os significados, as palavras, por vezes, não chegam onde o coração já esteve.

Às vezes, apetecia-me que as palavras baloiçassem em abraços largos e dessem força às emoções que gritam por dentro. Queria dizer, antes que o tempo faça cinza da brasa, a luz que ilumina este meu obrigado:

à Madalena;
“Chefia é a capacidade que a caracterizou durante esta altura. O seu trabalho foi exímio (se falha houve, foi humana e não dela…de terceiros), de forma a tornar imperativo, nos dias de praxes, o divertimento e o respeito. As suas palavras, os seus conselhos e a sua alegria guiaram o caminho dos caloiros, nos primeiros passos que demos na faculdade.

Por isso, és a primeira pessoa a quem agradeço. Pelo trabalho, pelo esforço, pela dedicação, pelas partilhas, pelas conversas, pelo apoio e, acima de tudo, pelo carinho com que nos recebeste…o nosso MUITO OBRIGADO!!”

ao Ângelo;
“A voz! Pungente, poderosa e bem audível era a sua voz. Quando ele gritava, nós tínhamos de gritar mais alto e, curiosamente, ele sozinho conseguia fazer mais barulho. Algo que, garanto, lhe levou a tomar tantas Mebocaínas Fortes como nunca tomou antes (nem ele nem eu). Deste modo, tornou a sua presença essencial.

O seu carinho foi ímpar e imparcial, abrangendo tanto os que estiveram presentes todos os dias como os que só estiveram um dia. Graças a ele, conseguimos vencer todas as desgarradas contra os restantes grupos de caloiros e fazíamos espectáculo onde quer que estivéssemos. Por isso, te agradeço…agradeço as dores de garganta, as vezes que fui trabalhar afónico, o corpo twix (satisfazia duas vezes…tanto os homens, como as mulheres) todo bom que me arranjaste, os momentos de boa disposição que nos proporcionaste e a constante presença, apesar do cansaço. MUITO OBRIGADO, caro veterano.”


ao Francisco Gomes;
“O que posso dizer sobre ele? A grandeza é a característica que melhor o caracteriza. A sua grande capacidade de incentivo (e de fazer rimar as palavras mais improváveis) levou-nos a ser sempre os melhores nas desgarradas. O seu grande à-vontade fez-nos sempre sentir que estávamos entre amigos. O seu grande entusiasmo conseguiu fazer-nos desfrutar de cada momento ao máximo. A sua forma de estar, de se apresentar e de tocar o próximo, deixou, em cada um de nós, um grande carinho por ele.

Por tudo o que fez por nós (sem nunca pedir nada em troca), MUITO OBRIGADO, meu padrinho.”


ao Francisco Gouveia;
“Um aperto de mão…uma frase…”Eu sou o Xico”…uma resposta…”Eu sou o Miguel”. Deste modo muito simples, familiarizaste-me com a incrível pessoa que só ele sabe ser. A partir desse momento, a imagem de Durão caiu por terra e a pessoa bondosa, amistosa, cuidadosa e divertida ficou no seu lugar.

O teu comando, a tua sensatez, a tua voz autoritária, a tua presença, o teu carinho, o teu apoio, a tua ajuda e a tua dedicação irão pautar, para sempre, as memórias que temos desses dias. Pessoalmente, nunca irei esquecer a atenção especial que me deste e, por isso, agradeço-te!...MUITO OBRIGADO”

à Liliana;
“A nossa fotografa de serviço. Onde havia um acontecimento, uma praxe digna de registo ou um momento morto, lá começava o flash da sua máquina (coitada, tinha a mania de que nós éramos giros). Graças a ela, temos muitas fotografias para nos auxiliarem a memória, quando esta teima em falhar. Porém, não é o conjunto formado pela tecnologia e os momentos merecedores de fazerem parte do nosso arquivo informático que descrevem a sua estadia nas praxes.

O seu sorriso, o seu estar perante os restantes, a sua energia contagiante e o seu apoio constante fez dela uma presença indispensável nos pequenos grandes passos que demos ao longo de quinze dias inesquecíveis. Se fomos o que fomos, foi tanto graças ao seu exemplo como ao à-vontade que nos fazia sentir. Por isso te agradecemos….MUITO OBRIGADO!!”


à Mimi;
“Vi num episódio da terceira temporada de Lost uma frase que se adequa à sua situação durante as praxes: ‘Caminha entre nós, mas não é uma de nós. ‘ Não quero dizer com isto que ela é uma outsider, mas que, durante o primeiro dia de praxes, ela andou no meio dos caloiros a ser praxada, quando era já uma aluna com duas matrículas (ou seja, já era Doutora). Contudo, apesar de se encontrar numa situação especial, não se aproveitou disso. Brincou com todos, deixou-nos à-vontade, elucidou-nos em relação às nossas dúvidas (através do nosso ponto de vista) e, mesmo depois de já não estar a ser praxada, soube tratar-nos da mesma maneira sorridente com que nos tratara sempre.

Por isso, agradeço-te. MUITO OBRIGADO pela paciência, pelos esclarecimentos, pelos cuidados que tiveste connosco, pela simpatia que soubeste manter viva todos os dias, pelo carinho e, principalmente, pela maneira ‘catita’ com que nos incentivaste a sermos sempre melhores do já éramos.”


o Kenny (ou Sr. Madaleno…como preferirem);
“Primeiro pensamento que me ocorre…’Ai que calor, ai que calor! ‘…Segundo pensamento…muito cabelo, muito mesmo…Terceiro pensamento…se a alegria e a boa disposição fossem personificadas em alguém, esse alguém seria o Kenny. A sua personalidade contagiante à mistura com uma postura descontraída fizeram com que fosse fácil comunicar com ele…tornando, como é óbvio, a integração num grupo de desconhecidos. Para além disso, o seu bom sentido de humor permitiu a muitos (pronto…ok…permitiu-me) serem criativos com as praxes que lhes calhavam.

Assim sendo, agradeço os momentos que construímos os dois, as gargalhadas que nos permitiste dar, a energia com que entravas nas nossas brincadeiras, a iniciativa com que nos brindavas todos os dias, a personalidade interessante que sempre demonstraste e a alegria que nos dispensavas, para que fosse possível sermos sempre fiéis a nós mesmos. MUITO OBRIGADO (e este é especial)!”


à São;
“A Veterana que mais tarde chegou ao pé de nós. No entanto, a sua forma peculiar de tratar os caloiros depressa a fez sobressair aos nossos olhos. Aos poucos e poucos, esta jovem Veterana foi ganhando terreno nos nossos corações…bastou a sua natural simpatia, a sua descontracção perante todas as situações, a sua capacidade de se divertir e de divertir os outros ao mesmo tempo, a forma carinhosa com que se aproximou de nós e a sua simplicidade de carácter.

MUITO OBRIGADO por tudo (tu sabes a que me refiro) …com um especial agradecimento para o facto de me teres escolhido para fazer de eco-ponto).”


e ao Carlos.
“O único Veterano que está trajado todos os dias foi uma peça fundamental para a construção dos dias que até agora me referi, pois, em vez de praxar, preferia entrar nas praxes. Deste modo (muito peculiar, diga-se de passagem), conseguiu sobressair no meio de tanta gente disposta a praxar-nos.
Por isso, queria, simplesmente, dizer-te MUITO OBRIGADO pelo carácter risonho e sorridente com que nos recebeste, pela atitude positiva, pela boa vibe que nos transmitiste e pela demonstração de que, naquele estabelecimento, somos todos iguais, apesar das pseudo-hierarquias.”



"O essêncial é invisível aos olhos."
Saint-Exupéry

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Anexo Um: O instante dos sentidos

“Uma viagem de 10 000 km começa sempre com um simples passo.”
Lao Tsu

Uns consideram-nos fazedores de sonhos. Outros poetas do real. Criam vida, constroem amores, erguem lugares, desfazem ódios, ficcionam romances, crimes, paixões, mundos distantes…maravilham um número sem fim de pessoas. Assim, são os escritores. Ávidos contadores de histórias, engenheiros das palavras que pretendem perpetuar a sua marca através de várias gerações de leitores.

Saint-Exupéry não é excepção à regra. As suas histórias encantaram-me numa época em que as palavras saiam dos livros com dificuldade e pulavam para as linhas dos cadernos com a simplicidade que caracteriza uma criança de oito anos. Doze anos mais tarde, quis a ironia que o mesmo encanto que Exupéry me causara, durante a infância, fosse reavivado em duas semanas, simplesmente, incríveis. Principezinhos e Pricezinhas, que queriam conhecer um mundo fora do seu (a faculdade) e brincar às amizades, tornaram-se nos meus companheiros, com quem partilhei as horas vagas do dia, onde os risos e gargalhadas eram o pano de fundo das brincadeiras. Nas praxes, fazia como o Principezinho de Saint-Exupéry: brincava às amizades, fazendo da “dança” do Pudim Danone…dos confrontos com os restantes grupos de caloiros, esboçados em desgarradas (nunca efrutíferas) de cantigas gritadas…ou da eleição da Miss Fingida (Miss Orgasmo para os amigos) …as conversas do dia-a-dia. Durante duas semanas de praxes, cativei e fui cativado, plantei rosas e colhi rosas…fui um Principezinho e conheci Principezinhos, Duques e Reis…preenchendo, deste modo, o meu livro de memórias, tal como o Principezinho, do tão referido livro, preencheu o meu imaginário, quando era criança.

Agora, tento encaixar nas linhas da memória os acontecimentos, as recordações, a saudade de tempos que lá vão e não voltam mais, enquanto tatuo caras e sorrisos que vi desenharem-se na genialidade de quinze dias em que criei laços com as pessoas mais lindas que o mundo tem para oferecer. Quinze dias de muita vivência. Quinze com muitas histórias…aliás, estórias para contar. Quinze dias de muita alegria, divertimento e brincadeiras, Quinze dias de grande aprendizagem. Quinze dias, um início, um grupo de seres humanos a serem feitos.

Claro que nada disto seria possível se não tivesse presente um grupo de veteranos e doutores que delinearam a grandeza destes dias. Por isso, agradeço! Agradeço a paciência. Agradeço o trabalho impecável que fizeram connosco (as brincadeiras, as partilhas, os jogos, a forma original com que conhecemos os cantos à faculdade, o modo organizado com que íamos almoçar, etc.). Agradeço o facto de me terem deixado brincar até onde queria (desculpem qualquer abuso da minha parte). Agradeço o tempo que dispensaram aos caloiros. Agradeço o sacrifício que fizeram ao estarem trajados debaixo daquele calor abrasador. Agradeço o carinho com que nos trataram. Agradeço o facto de terem acedido às minhas brincadeiras. Agradeço o apoio e o abraço amigo que recebíamos todos os dias. Agradeço a protecção que nos deram. E, simplesmente, agradeço terem sido vocês, com o vosso carisma e maneira de ser contagiante, a conduzirem-nos nas praxes.

Do fundo do coração, MUITO OBRIGADO!!

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Nono Capítulo: Dois lados do mesmo Adeus

"Saudade, o subtil veneno da melancolia"
Valéry

Agora…os corredores vazios preenchem o tempo. Agora…os lugares, que estavam sempre ocupados, são sete mil léguas, onde se perde o esquecimento. Agora…as vozes não são mais do que silêncios tatuados nos espaços. Agora…as paredes não têm vida, as escadas não têm caminho e os corredores não têm destino. Agora…só restam as recordações que atiro aos muros da minha memória.

Recordações que são momentos, são olhares, são sorrisos, são pessoas। Instantes que voam perante os olhos como cartas que caem sobre a mesa em jogos que ocupam as horas…são alegrias, tristezas, lutas e labutas…são conversas secretas partilhadas ao olhar público. Foram, são e serão dias, semanas, meses, que construíram seres humanos ao longo de um ano, simplesmente, excepcional.


Por isso, honrando cada pequeno grande passo que demos como caloiros, continuarei a pintar as palavras das estórias que trazemos dentro de nós, mas com uma diferença: a partir do próximo post, deixam de haver capítulos e passam a ser editados Anexos, uma vez que o ano já terminou.

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Oitavo capítulo: Sem marcha-atrás

“As circunstâncias não são causas nem álibis.”

Fayza Hayat


João Bénard da Costa disse que “todas as viagens têm e nunca há o tempo que ao tempo pedimos e que do tempo esperamos”…será que é preciso acrescentar mais alguma coisa?

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Sétimo Capítulo: Alice no País dos Matraquilhos

“A educação é um processo social, é desenvolvimento। Não é a preparação para a vida, é a própria vida.”

John Dewey


O crescimento da sociedade baseada no saber depende da produção de novos conhecimentos, da sua transmissão através da educação e da formação da população. As universidades têm de singular o facto de participarem em duas partes deste processo, devido ao papel fundamental que desempenham na formação dos investigadores e ao desenvolvimento regional e local, para o qual podem assegurar um contributo importante. Com efeito, as universidades operam num ambiente cada vez mais globalizado e em constante evolução, marcado por uma concorrência crescente para atrair e manter os melhores talentos e pela emergência de novas necessidades, às quais têm obrigação de dar resposta. Contudo, o mundo universitário não está isento de problemas. Actualmente, as universidades portuguesas não são competitivas e dispõem de menos meios financeiros do que as suas homólogas nos restantes países da União Europeia. Coloca-se, pois, a questão da sua capacidade de competir com as melhores universidades do mundo assegurando um nível de excelência sustentável.

Para levar a efeito a Agenda de Lisboa, a U.E lançou uma série de acções e iniciativas nos domínios da investigação e da educação, entre as quais se destaca a tão badalada Declaração de Bolonha. Representando um desafio muito importante, este Processo acentua a necessidade de estabelecer, até 2010, um Espaço Europeu de Ensino Superior coerente, compatível, competitivo e atractivo para estudantes europeus. Os objectivos definidos preconizam a adopção de estruturas de graus baseada, essencialmente, em dois ciclos, que assumirão perfis e orientações diferentes, consoante os intuitos individuais e académicos e em função do exercício profissional.

A participação de Portugal na construção do Espaço Europeu de Ensino Superior é vital para o desenvolvimento do País.

Participar no Processo de Bolonha implica necessariamente a introdução de reformas no ensino superior, exige partilha de responsabilidades e a concentração de esforços por parte do Governo, da Administração e das Instituições de Ensino Superior. No entanto, nos primeiros meses de 2006 as universidades portuguesas foram “obrigadas” a reformular os seus planos curriculares, num curto espaço de tempo, de forma a adequarem a sua oferta ao novo sistema de ensino que teria de entrar em vigor até 2008. À medida que o ano lectivo 2006-2007 vislumbrava o seu começo, as lacunas de tão precária preparação e/ou adequação começavam a aparecer, tornando a abertura académica num caos burocrático, do qual foi difícil sair.

Mais recentemente, os jornais têm dado predominância ao Orçamento de Estado de 2007, que contempla um corte de 6.2 % nos orçamentos de funcionamento das instituições de Ensino Superior, o que não chega para pagar os salários em metade das 14 universidades e cinco dos 15 politécnicos públicos. O Jornal de Negócios, por exemplo, comparou as verbas concedidas pelo Governo e as previsões de gastos com remunerações certas e permanentes em 2006, dando origem a uma tabela que revela que o Instituto Politécnico de Tomar é a instituição mais penalizada, já que vai receber menos 11.8 % do que gasta em salários. Sendo precedido pela Universidade do Algarve, dos Açores, de Aveiro, Évora, Minho, Trás-os-Montes e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Porém, estes dados pecam por defeito, pois não contemplam os aumentos salariais de 1.5% previstos para 2007 e os descontos de 7.5%, que as instituições de ensino superior vão começar a ser obrigadas a fazer para a Caixa Geral de Aposentações.

Impõem-se, então, as perguntas: Como concentrar recursos suficientes na excelência e criar condições que permitam às universidades atingir e desenvolver níveis de excelência? Como assegurar receitas adequadas e sustentáveis para as universidades e garantir que as verbas sejam utilizadas com máxima eficácia? Como garantir a autonomia e o profissionalismo tanto no âmbito da gestão como no domínio académico? Quando é que o Ensino Superior vai deixar de ser uma Alice não no País das Maravilhas, mas no País dos Matraquilhos, onde o que é importante é o golo e não a forma como é marcado?...Qual é o futuro do Ensino Superior em Portugal?

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Sexto capítulo: A veia do Poeta


“ (…) Queria ser pintor mas não passava de um só traço, queria ser poeta, mas só tinha um verso (…)”.
Manuel Alegre

Há pessoas que nos tocam no ponto certo, no momento certo। E ficam para sempre ligadas a esses momentos de viragem. São elas que nos ajudam a perceber onde estamos e para onde queremos ir. São elas o nosso Norte quando precisamos de pontos de referência. São amigos secretos. Esta é uma delas.

Liberto de todas as definições। Definindo-se a sim mesmo…aprendendo a ser Homem. Um sorriso traquina. O céu no olhar. Na alma, a veia do poeta. Não és o Sol nem nada que se amanheça. Não és um amor anónimo nem nada que se esmoreça. Balançando entre o sonho e a verdade, fugindo ao vazio, dás passos pela poeira de uma vida…pela memória dos afectos. Portas fechadas. Janelas abertas. A luz vaga dos dias cinzentos…os segredos da felicidade guardados no fundo de uma gaveta…as confissões seladas numa folha secreta…misto de mágoa, carinho e saudade. Assim, te vejo!


Quando, ainda, te desarma tudo o que a vida deixa em ti…na encruzilhada da tempestade…fazes pinturas de sonhos। O fado do encontro, onde escolhes outra cor para a noite e suspendes a cor dos teus tons no amanhã. Ninguém te ensinou a soltar os sentimentos, a extravasar ideias, a diluir a alma. Ninguém te disse para não fugires da palavra oferecida, da mão quente, dos atalhos para os mundos, onde ainda não estiveste. Porém, na nudez do teu saber a céu aberto…no caminho certo por entre sonhos teus…sabes que a esperança vem depois e não no fim. Por vezes, é por cordas bambas que o caminho se faz e, ai, negas os contornos baços dos prantos da meia-noite, fazendo a viagem alucinada pelos passos, quase perfeitos, da coragem. Assim, te vejo…Francisco Gouveia!


Desejo-te a maior das felicidades, junto das pessoas de quem mais gostas. Espero que o dia ontem tenha corrido bem e lembra-te sempre que “a vida não é existir sem mais nada/a vida não é dia sim, dia não/é feita em cada entrega alucinada/pra receber daquilo que aumenta o coração” (“Restolho”, Mafalda Veiga). Por isso, mantém sempre isto em mente: a vida ensina-nos a sobreviver, a viver sobre tudo e sobretudo”

MUITOS PARABÉNS!!


Nota do autor: este post só é publicado hoje, porque o aniversariante não me confirmou a data de aniversário no dia devido…ou seja, ontem.

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Quinto capítulo: A ver a cinza no azul


“Há homens, há uma mulher.”
Jules Goncourt


Na tarde, a hora parada। Lá fora o Sol brinca às escondidas com as nuvens escurecidas. Por instantes, o silêncio ocupou o tempo. O espaço cheio fica semi-vazio…enchendo-se de comoção, de acontecimentos, recordações, saudade. E dou-me conta de que me perdi…perdi-me a ver a cinza no azul.

Espelhos que reflectem mundos…espelham sentimentos…esses puríssimos azuis, teus olhos tão azuis। Repetidamente, vi-os pintarem-se da cor do nada, espelhando as curvas das linhas rectas por onde vagueei. Mal se distinguem esses traços coloridos dessas histórias esquecidas na ausência de alguém…esses contos, esses versos vazios, esses esboços que emendas com o brilho desse azul…esse azul tão vago. São sonhos, são instantes desenhados em folha branca, são Nortes pendurados nas costas da memória…são a cor do mar que os meus olhos perdem de vista. São como dois azuis perdidos nos desejos que voltaram a sair e continuam a sua viagem, marcando o compasso do tempo. São a madrugada alegre, cujo silêncio ocupa o espaço. São fados, são beijos, são cores que tu própria criaste, são lagos…são os teus azuis olhos.


Que nesta soma de mais um ano, essa tua alma vermelha tenha um dia, simplesmente, inesquecível. Aproveita o dia ao máximo, porque ele é teu e não te esqueças de arranjar novos sonhos para substituir aqueles que já concretizaste (e esquece o Euromilhões, porque esse é meu).

Conta muitos, parceira de Sueca!


MUITOS PARABÉNS!!!

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Quarto Capítulo: Pois é!

Qual é a coisa qual é ela que os alunos da FLUL mais gostam de fazer?... Boa tentativa, mas não é jogar à Sueca!..................Quase! Estás lá quase, mas também não é comer (quer dizer, para o Kenny poderá ser)। Pensa um pouco. Está relacionado com boca e…não, também não é fazer broxes (não sei o que andas a fazer com a tua boca, mas, como diz a Josie, “cada buraco no seu lugar” e a minha boca não anda a fazer o mesmo que a tua…contudo, gostei do raciocínio)...Aleluia!! Estava a ver que nunca mais lá chegavas: é CONVERSAR, FALAR, DAR À LÍNGUA (o pessoal de Línguas, esse então, não gosta é de outra coisa…quer dizer, por acaso até gosta, mas isso, agora, não interessa para o caso).

Se as mesas daqueles bares pudessem exprimir o que ouvem, conteriam histórias de vida, partilhas de experiências, sumários de aprendizagens, estórias de rir. Em honra a esses momentos, à partilha de experiências, que é inaugurada esta crónica semanal, que tem como único objectivo partilhar com os leitores deste blog o teor “sério” das conversas que um grupo de adolescente (em seu grande número caloiros) tem na faculdade.

O primeiro caso é trazido até nós por uma cara amiga e caloira, Sara Amaral.
Na bela manhã do dia 24 de Janeiro, o tempo na rua era negro e gélido, como de costume. Sempre que entrava às 8 horas, era hábito da Sara dirigir-se ao bar da Coca-Cola para ir beber um café junto de alguns dos seus colegas (eu, o Francisco Gomes, a Ângela e a Ana). Após o término da sua chávena de café, a protagonista deste pequeno momento tem a seguinte saída:

“Não posso comer coisas duras, só posso comer coisas moles.”

Pois é” Não é!

Perante um problema tão ensurdecedor, pergunto, apenas, qual é a vossa opinião! Será que só comer coisas moles irá satisfazer a Sara? Não será prejudicial para a sua saúde? Não sentirá ela falta de algo mais “duro”? Digam de vossa justiça…


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Terceiro Capítulo: Ontem não te vi em Babilónia

“A vida é como uma sala de espectáculos; entra-se, vê-se e sai-se.”

Pitágoras

A 26 de Dezembro de 2006, um dos telejornais mais prestigiados do país inicia uma das suas tradicionais peças natalícias sobre a sinistralidade nas estradas portuguesas da seguinte forma:

“À hora do almoço de hoje, uma colisão entre dois automóveis e um pesado causou cinco mortos e dois feriados, um dos quais, o motorista do camião, que apresenta somente ferimentos ligeiros. Os que seguiam num dos veículos – pai, mãe e filho – vindos de Oliveira do Hospital, tiveram morte imediata em resultado do embate que ocorreu no quilómetro 77 do IC 2.


O acidente terá tido origem numa colisão frontal entre dois automóveis, que depois foram atingidos foram um pesado, refere fonte dos bombeiros local, que retiraram seis pessoas de dentro dos veículos danificados.”

Esta não é apenas mais uma história sobre acidentes rodoviários que ocorrem durante a época natalícia। Não é apenas mais um balanço sobre o número de acidentes e/ou mortes que a polícia realiza todos os anos. Não é apenas mais um aglomerado de números que são acrescentados aos óbitos natalícios. Não é! Esta história tem, entre os seus protagonistas, um querido amigo…Bruno Noviça.

Para os leitores e/ou espectadores que, através dos meios de comunicação, souberam deste terrível acidente no IC2, ele era apenas mais um por quem sentiam pena, para os seus colegas de faculdade era um companheiro। O Bruno não era como as outras pessoas normais. Não vivia submerso nos seus problemas nem passava os dias a queixar-se dos malefícios da vida. Muito pelo contrário! Trazia a vida nos olhos, uma vida que agarrava todos os dias em que acordava e espalhava a cada instante em que fabricava as suas horas…arredondando-as. Trazia, no seu viver, as confidências que lhe pertenciam, segredos que conquistaram os demais, mistérios, provavelmente, idênticos aos de toda a gente, banalidades de partilha, felicidades que enterneciam.

Quando te sussurravam mistérios de baú no interior da alma, visto que é nas trevas e quando menos se espera que os baús se lamentam, trazias os teus risos e gargalhadas! Era aqui que se encontrava a janela da tua alma…não nos olhos, mas aqui…no teu sorriso, no teu riso, na tua gargalhada…Aquele estar perante a vida que a muitos cativou। Numa agitação de sorrisos sem sorrir (até sério parecia que estava a sorrir), partilhavas o teu milagre, o teu saber secreto, que guardavas nos diários vividos pelos teus companheiros. Aqueles que se recordam, no silêncio do compasso da música, os momentos em que dizias “O quê?! Vamos assassinar ainda mais a literatura portuguesa?” e terminavas sussurrando pequenos risos que contagiavam os restantes. Assim, largavas os destroços de raciocínios a que os restantes viviam agarrados. Eras mais um…diferente entre os iguais.

Por isso, enquanto regressava do último “até à próxima” que disse ao “Noviça” (com as lágrimas a custarem a sair e a teimarem em não ganhar vida), olhei pela janela para um cartaz que dizia “Sorria! Está em Espanha!” e fiz o seguinte raciocínio: “Sorria! Está a pensar no Bruno!”

A ti…

Até onde a memória me levar…
Limpando a poeira dos sentidos
Rasgo os dias cansados
Frágeis como as asas de uma vida…

Até onde a memória me levar…
Nas paragens dos instantes
Percorro as linhas do teu sorriso
Soltas das paredes do mundo…

Até onde a memória me levar…
Trago tatuado nos dois lados da saudade
As insónias da melancolia
Os versos em branco do teu poema…

Até onde a memória me levar…
Nas viagens da meia-noite
O sussurro dos teus risos
Suspensos na surpresa dos entretantos…

Enquanto a luz rouba as trevas
Enquanto as cartas se queimam
Enquanto as letras se salvam
Enquanto se trocam palavras escondidas…
Até onde a memória me levar…

Deixo-te as últimas palavras que te disse, caro amigo e companheiro, na última vez que regressámos a casa do ensaio da tuna…

…।

“Fica bem! Até amanhã!”

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Segundo Capítulo: Aguarela do Brasil


“Coisa mais bonita é você/ Assim, eu estimo você/ Eu juro/ Você é mais bonita que a flor”
“Coisa mais linda”, Caetano Veloso

Sorriso nos olhos। A alegria na voz. O samba flutua dos seus lábios. A curiosidade segue os seus movimentos. A cada passo uma nota musical. Assim és tu…pincelada de Verão em pleno Inverno! Assim és tu…o norte do Brasil em pleno litoral de Portugal! Assim és tu…uma brincadeirinha de crianças exposta na vitrina do dia-a-dia! Assim és tu…doce nordestino com cobertura portuguesa! Assim és tu…Josie Guedes!


Logo pela manhã, o cheiro a cafeína desperta os olhos। Um “Oi” com sotaque do outro lado do Atlântico acorda os restantes sentidos. Em momentos perdidos na rotina dos instantes, temperas as conversas com um sabor a mar e a calor e as anedotas já não são alentejanas, mas brasileiras. À tarde, dás vida às pausas mortas que as aulas nos obrigam a ter. O teu riso maroto caminha por entre as palavras escritas num pedaço de papel que se utiliza para anotar os sussurros dos professores. De olhar doce, roubas lugares, constróis castelos de cartas, tens conversas cantadas e és o amor de um e a paixão de muitos. Por isso te dedicamos esta entrada. Por vagueares, sem estares perdida, nos nossos dias. Por passares de semente a flor, de flor a rosa…a nossa rosa de Outono. Por te cantar “oh minha amada, que olhos os teus”. Por seres o nosso pedaço de Brasil em dias apontados nas paredes da Faculdade de Letras. Por hoje ser um marco na tua História, é que te cantamos “Parabéns a você, nesta data querida.”

Desejamos-te toda a felicidade do mundo। Que saibas sempre cuidar dela, dia após dia, ao longo deste vigésimo terceiro ano de vida. Não te esqueças que o mais importante não são os anos que acrescentas à vida, mas a vida (o teu toque de simplicidade) que dás a cada ano, mesmo com todas as vitórias, as derrotas e, porque não, empates. Aproveita cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia, cada semana, cada mês, ao máximo, não como se fossem os últimos, mas como se fossem únicos, porque o são. Conta muitos connosco cá para ver!

MUITOS PARABÉNS!!!


Lembra-te que há sempre alguém a lembrar-te.

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Primeiro Capítulo: A Casa da História

“Jamais uma história única será contada como se fosse a única.”
John Berger

Arundhat Roy, escritora de origem indiana, editou em 1997 um romance, em jeito de Cem Anos de Solidão, intitulado O Deus das Pequenas Coisas, no qual, antes de iniciar a sua narração, dedica uma página inteira a esta citação de John Berger। Com ela (a citação), vejo-me a viajar por entre caras e pessoas, risos e gargalhadas, alegria e diversão, brincadeiras e conversas…por entre as memórias de uma semana, simplesmente, incrível.


Sinceramente, enquanto aguardava, com muito pouca paciência, pela afixação das listas de colocação, passei muitos dos meus dias a ponderar se iria conseguir adaptar-me a esse novo mundo que é a faculdade। Rasguei horas a pensar se iria conseguir conhecer novas pessoas e se, algum dia, elas iriam gostar de mim. Perdi-me pelas histórias de praxes que adulteraram a história, o significado, a importância e a diversão deste costume especial tão convencional em muitas das faculdades portuguesas, no que toca a receber os caloiros. Contudo, no dia 2 de Outubro (data histórica), apesar do meu receio, vi-me emaranhado num grupo de caloiros especial em todos os sentidos. Cada um único em toda a sua singularidade…cada um disposto a partilhar o melhor de si com um conjunto de desconhecidos…cada um a perder-se por entre brincadeiras e partidas, interrompidas em risos e sorrisos…cada um a ser pilar numa ponte que nos ligava ao universo académico.

Ao fim de uma semana, compreendi o que era a grande instituição em que me encontrava (a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)। Percebi que não era apenas um caloiro, mas sim parte integrante de um espírito que atravessou gerações até aos dias de hoje. Vi o brilho nos olhos de todos os que me rodeavam, repletos de satisfação por não estarem noutro sítio a não ser ali, na presença uns dos outros. Encontrei pessoas que trazem em si o melhor que o ser humano tem para oferecer. Fiz laços de amor com todos eles. Criei uma família para ficar timbrada nas páginas da vida.

Por isso, hoje nasce este blog. Para partilhar, com quem quiser conhecer, os passos que “o melhor grupo de caloiros que a faculdade tem em 5 anos” dá em viagens interditas…para recordar e, quem sabe, honrar esta caminhada diária no passeio dos prodígios, na qual iremos crescer, aprender, viver, lutar, vencer e amar cada dia que temos dentro daquela Casa de História.

Aqui começa a visita pelo Passeio dos Prodígios!

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