Nota de Rodapé: Contado Ninguém Acredita

"A minha boca é santa...só entra um de cada vez."

by Maria João Mimoso



Comentário: Ela estava a falar de gelados Calipo...? =P


(ainda estou à espera de ser apanhado, MJ)

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Sr. Marques – por um olho

Um estranho som invade o ouvir. Lá fora gotas de luminosidade ganham vida sobre o ar que navega na rua. A noite vai adormecendo e o dia vai despertando. O estranho som continua a invadir-me o ouvir. Com um leve toque termino com a voluptuosa dança que este som tem em direcção aos meus ouvidos…com outro toque limpo o sono dos olhos…desperto os sentidos. O tango do acordar é sempre o mesmo, dia após dia.

O sono pesa-me o andar. Este caminho automático é sempre o mesmo: o primeiro degrau que é igual ao segundo, que é igual ao terceiro…a mesma pedra da calçada a namorar com a sua conjugue da esquerda (ou da direita, quem sabe?) …as mesmas riscas no chão…a mesma curva à direita…e o mesmo Metro de sempre. Na minha mente, adormeço a falta de ar que a terra faz viver em mim sempre que procuro as suas profundezas para alcançar um objectivo (pouco) desejado.


Um toque e uma passagem. Um toque e uma passagem. Um toque e uma passagem. Um toque e uma passagem. O meu toque e a minha passagem.

Na parte debaixo, o monstro de alavancas, movido a electricidade, está adormecido junto ao arco mais longínquo. De repente, os seus olhos enchem-se de luz…acorda num acordar cheio de movimento e de um som que rasga o silêncio que vivia em meu redor. E, mais uma vez, um outro movimento autómato ocorre, levando-me para dentro deste metal andante.

Enquanto uns tentam agarrar com os olhos as palavras que as suas mãos seguram, outros encostam-se aos sonhos que a manhã deixou de embalar. Começa o bailado das cabeças…uns para a direita, outros para a esquerda…desenhando o seu olhar em quarto minguante. À minha frente alguém percorre as palavras que os papeis fazem viver, tentando compreender a realidade que lhe escapa por entre a vida. Do meu lado esquerdo, a realidade é substituída pela fantasia que as palavras que um desconhecido vai desenhando na sua alma…criando novos mundos, novas vidas, novos sonhos. De repente olho mais para a esquerda. Uma face desconhecida ergue-se, presa aos seus movimentos sonâmbulos conduzidos por uma voz que diz: “Próxima Paragem: Praça de Espanha”.

(Já só faltam três)

Praça de Espanha

S. Sebastião

Parque
….e, finalmente, o Sr. Marques de Pombal…o centro da minha viagem…os últimos 5 minutos antes de começar o meu dia.

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